Burnout, Invisibilidade e a Falta de Escuta — Histórias que Precisam Ser Contadas




A Alquimia da Jornada do Despertar

Hoje, não venho apenas falar sobre burnout. Quero compartilhar o que está por trás dele: o colapso silencioso, a dor invisível, a ausência de escuta — e o impacto disso na alma humana.

Este não é só um relato pessoal, mas um ritual de transmutação. É quando o chumbo da dor se transforma, pouco a pouco, no ouro da consciência. A alquimia não acontece apenas nos grandes feitos; ela começa no invisível.

Recentemente, tive meu pedido de renovação da perícia negado. A justificativa? "Boa aparência". "Capaz de voltar ao trabalho." Mas o que ninguém viu foi o depois. A rejeição silenciosa. O desamparo emocional. O vazio de voltar para casa sem apoio, sem renda, sem saúde — e ainda sendo julgada.

Burnout não é moda. Ele é o corpo dizendo: "Eu não aguento mais." É a mente implorando por uma pausa, enquanto o mundo exige produtividade. E nas raras vezes em que tentei desabafar, ouvi frases como: “Você está viciada em doença.” “Sempre reclamando.” “Burnout é invenção para justificar preguiça.”

Não. Burnout é o cansaço da alma que se esconde atrás do sorriso. É a força que fingimos ter, enquanto implodimos por dentro.


Histórias que Dói e Precisam Ser Contadas

Histórias reais. Como a do rapaz que pediu três vezes afastamento médico por sobrecarga emocional, mas teve o pedido negado. Dias depois, tirou a própria vida. A médica, ao descobrir, desabou: "Poderia ter sido diferente."

Ou a de uma jovem que fez um comentário simples num grupo de WhatsApp. Em resposta, recebeu réplicas duras e frias. Alguém disse: “Se não concorda, saia do grupo.” Eu me pergunto: onde está o olhar empático? Quando é que a conversa virou ofensa? Quando foi que escutar se tornou um peso?

Ou ainda, o marido de uma conhecida. Negaram a perícia dele porque "ele parecia bem". Poucos dias depois, ao carregar um móvel, infartou. Cirurgia, diagnóstico cardíaco grave. Tiveram que pagar tudo retroativo. A dor não estava visível, mas era real.


A Mente Adoece, o Corpo Traduza

A minha jornada começou com o esgotamento. Depois vieram as dores físicas, exames, diagnósticos. Porque quando a mente adoece, o corpo traduz. Mas, para muitos, se você não está caído, não está doente. Se não está chorando, não precisa de ajuda. Se está "com boa aparência", pode voltar ao trabalho.

Essa é justamente a jornada alquímica. Ela começa na sombra, no silêncio, na ferida. E é nesse lugar, onde tudo parece perdido, que começamos a nos escutar de verdade.

É nesse espaço que o amor próprio deixa de ser só um conceito e se torna uma prática. É quando você escolhe se acolher, mesmo sem aplausos. É quando você se ama, mesmo sem estar "funcionando".


Frases que Não Abraçam

Nos grupos, nas lives, nos comentários de vídeos… Frases que ferem, julgam, silenciam. Porque, no fundo, o que se comenta diz mais sobre quem escreve do que sobre quem lê.

E quando algo nos atinge profundamente, é porque ainda temos feridas abertas dentro de nós. Isso não é fraqueza. É humano. Mas é também um lembrete: precisamos de cura. Não só de remédio. Mas de presença. Não de conselhos. Mas de escuta. Não de rótulos. Mas de empatia.


Agora, para aqueles que estão precisando de uma escuta atenta: Você não está sozinho(a). Você não está sozinha. Se ninguém te ouviu, há lugares onde a escuta ainda vive. O CVV – 188 – está disponível 24h, com voluntários prontos para ouvir sem julgamento. Não se esqueça também dos CAPS, ONGs e grupos de apoio.

E para quem escuta: lembre-se… Ouvir não é escutar. Escutar é presença, é cuidado, é humanidade.



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